24 de mar. de 2009

nova tentativa

Tudo bem... eu não estava me sentindo bem nos últimos dias. Agora que consegui um número de horas de sono decente, resolvi tentar de novo. Espero que tenha melhorado um pouco (pelo menos, ficou bem menos "quinta série").
Cris Gibson C. Gonçalves

17 de mar. de 2009

Entre o mapa e o que vemos

O trabalho dessa vez foi comparar o caminho de casa até a Escola de Arquitetura, num caminho desenhado por mim (em que destacam-se meus próprios pontos de referência) e num mapa do Google Maps, perfeitamente confeccionado. Reparem que eu erro a direção em algum ponto, hehe... não confiem no meu senso de direção.

Por estranho que pareça, os locais em que desenhei estarem minha casa e a EA estão precisamente sobre os pontos A e B, embora o caminho esteja totalmente deturpado. Coisa de louco...
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Com um pouco de sorte, meu próximo post terá alguma coisa mais interessante. (um desenho bem-feito seria bom...)
Cris Gibson C. Gonçalves

9 de mar. de 2009

Estratégias do caminhar

Primeiro post! Aqui, estão dispostos três exemplos de "técnicas do caminhar":

Flâneur:

O termo francês “flâneur” significa, literalmente, “andante”, “transeunte”. A partir do século XIX, porém, essa palavra veio a ser relacionada a um sentido mais amplo: aquele que anda pelas ruas para observar e entender os diferentes aspectos da vida urbana, de psicológicos a arquitetônicos. A estratégia conhecida como flânerie (o ato de transitar) passou a ser usada por inúmeros filósofos, escritores, poetas e artistas de todos os tipos, em uma tentativa de entender a rua e o espaço das cidades ao experienciá-los diretamente, e o movimento chegou a ser analisado por alguns pensadores, entre eles Charles Baudelaire, na França, e Walter Benjamim, na Alemanha.
A técnica consiste em explorar cada recanto das cidades, acumular o máximo possível de informações, porém ao mesmo tempo permanecer afastado, como um observador distante, que analisa criticamente tudo o que é observado do ponto de vista teórico. O flâneur, portanto, desempenha dois papéis simultâneos: o de participante do fenômeno das ruas e o de observador imparcial. O flânerie contribuiu enormemente para a compreensão das mudanças súbitas durante a Revolução Industrial, e pode ser praticado até hoje por aqueles que desejem aguçar sua visão crítica e entender o funcionamento do sistema urbano, sobretudo sob o aspecto arquitetônico. Em seu livro Passagenwerk, ou “O Projeto das Arcadas”, Walter Benjamim reúne uma coletânea de escritos sobre a vida na cidade de Paris do século XIX, dando atenção especial às arcadas cobertas, típicas da Paris daquele tempo.



















Teoria da deriva:

Criada pelo pensador situacionista Guy Debord, entre os anos ’50 e ’70, era uma técnica de estudo psicogeográfico que pretendia analisar a reação da psique humana ao meio ambiente urbano, através de um “redescobrimento” da cidade e sua arquitetura. Esse redescobrimento é obtido com um exercício de vaguear sem rumo, como o movimento de barcos à deriva no vento: quando não há um destino específico, fica-se livre para analisar atentamente todo o caminho percorrido, “recriando” a cidade em sua mente como um lugar para explorar. Além de matéria de pesquisa psicológica, também é uma técnica inestimável para arquitetos que desejam entender o espaço urbano do ponto de vista situacionista, ou seja, a sociedade influencia diretamente a arquitetura, e não o contrário; avanços arquitetônicos andam lado a lado com os avanços da própria humanidade.

Parkour:

Também conhecido como l’art du déplacement (literalmente, “a arte do movimento”), é uma espécie de doutrina, muito difícil de definir, que tem como objetivo treinar o corpo e a mente para situações em que é necessário fugir. O objetivo básico é se deslocar de um ponto ao outro, em qualquer ambiente, da forma mais direta e eficiente possível, de modo a possibilitar um deslocamento rápido e de mínimo gasto energético em caso de emergência. Fundada por David Belle, desportista francês, a técnica é muitas vezes confundida com um esporte radical, devido aos variados saltos e movimentos que podem ser arriscados, porém está na verdade mais próxima do conceito de artes marciais, uma preparação corporal e mental com uma filosofia específica.
Sob o ponto de vista arquitetônico, é provável que ao praticar essa atividade seja possível estabelecer um relacionamento mais íntimo e interativo entre a pessoa e o espaço, seja ele urbano ou natural, desse modo aperfeiçoando sua percepção do mundo. Sob muitos aspectos, é uma atividade benéfica, seja como treinamento ou como estratégia de caminhar.

Aqui vemos um vídeo que parodia a técnica do parkour, confeccionado por estudantes de comunicação social da Universidade Federal de Minas Gerais.

Por hoje, chega de teoria. Cris Gibson C. Gonçalves